domingo, 25 de julho de 2010

Andar - Parte 1

Procuramos deixar bem claro que a vida cristã não se inicia com o andar, mas com o assentar. O Senhor Jesus fez tudo por nós, e nossa necessidade agora é de descanso confiante nele. O Senhor está assentado em seu trono, e somos conduzi­dos pelo seu poder. Todavia, a vida cristã não termina aqui. Embora a vida cristã comece no processo de assentar, esse assentar sempre é seguido do andar. Só depois de havermos assentado de verdade, e havermos descoberto nossa força no ato de assentar, é que de fato podemos começar a andar.

Devemos, portanto, perguntar-nos: Que é que Efésios tem a dizer-nos a respeito de nosso andar? Descobriremos que essa carta nos exorta a fazer duas coisas: Trataremos agora da primei­ra delas.

Portanto, como prisioneiro do Senhor, rogo-vos que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor... (4:1.2)

Portanto, digo isto... que não andeis mais como andam os outros gentios, na vaidade, do seu pensamento... e vos renoveis no espírito do vosso entendi­mento (4:17,23).

Andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós (5:2).

Andai como filhos da luz... descobrindo o que é agradável ao Senhor(5:8, 10).

A palavra "andar" é usada oito vezes em Efésios. Significa literalmente "andar ao redor", sendo usada aqui de modo figurado por Paulo, para significar "transportar-se a si próprio", "ordenar alguém seu próprio comportamento". Tal sentido traz imediatamente diante de nós o assunto da conduta cristã, de que a segunda parte da carta trata com profundidade.

E prossegue Paulo, à luz de nossa vocação celestial, a desafiar-nos no campo total de nossos relacionamentos domés­ticos e públicos, quando os crentes se relacio­nam com vizinhos, os maridos com suas espo­sas, quando nos relacionamos com pais e filhos, com patrões e empregados — tudo isso da forma mais real possível.

Vamos deixar bem claro que o Corpo de Cristo não é algo remoto e irreal, que expressaríamos apenas em termos celestiais. É algo bem presente e muito prático, e encontra o teste real de nossa conduta em nosso relacionamento com os outros. Posso então sugerir, queridos amigos, que quem é pai ou mãe, e quem é filho, que procure no Novo Testamento e verifique como os pais devem ser, e como os filhos devem agir? Talvez nos surpreendamos, pois receio que muitos de nós, que dizemos estar assentados no céu, em Cristo, demonstramos um comportamento bas­tante questionável em nosso ambiente.

Ouçam, maridos, ouçam, esposas: Há uma porção de passagens bíblicas para vocês. Leiam Efésios 5, e depois 1 Coríntios 7. Todo marido e toda esposa fariam bem em ler 1 Coríntios 7 a fim de saber o que é que o casamento cristão exige: uma vida espiritual diante de Deus, e não ape­nas na teoria, mas na prática também. Não ouse transformar em mera teoria algo que é tão prático.

Veja agora, no campo dos relacionamentos Cristãos, como os mandamentos de Deus desta seção à nossa frente são diretos e objetivos.

"Rogo-vos que andeis ... com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor."

"Deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo."

"Irai-vos e não pequeis."

"Aquele que furtava, não furte mais". "Toda a amargura... e toda malícia sejam tiradas de entre vós".

"Sede uns para com os outros benignos... perdoando-vos uns aos outros".

"Não provoqueis à ira".

"Obedecei". "[Deixai] as ameaças".

Nada poderia ser mais objetivo do que esta lista de imperati­vos. Permita-me lembrar a você que o Senhor Jesus iniciou seu ensino nesse mesmo tom. Observe com cuidado a linguagem desta passa­gem do sermão do monte:

Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo: Não resistais ao homem mau. Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra. E se alguém quiser demandar contigo e tirar- te a túnica deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus. Ele faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e envia a chuva sobre justos e injustos. Se amardes os que vos amam, que recompen­sa tereis? Não fazem os cobradores de impostos também o mesmo? E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também assim? Sede vós, pois, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai que está nos céus (Mateus 5:38-48).

Diz você, porém: "Eu não consigo fazer isso. São exigências impossíveis". Talvez, à seme­lhança de meu amigo engenheiro, você entenda que foi injustiçado e prejudicado — talvez terri­velmente prejudicado — e você não consegue perdoar. Você tem toda razão, e a ação de seu inimigo foi totalmente injusta. Amá-lo seria o ideal; porém, não é um ideal impossível.

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