sexta-feira, 22 de junho de 2012

O SANGUE TEM VALOR DIANTE DE DEUS


O sangue foi vertido pela expiação e é ligado à nossa posição diante de Deus. Para não cair sob juízo, precisamos do perdão pelos pecados que temos cometido, e os nossos pecados nos são perdoados não porque Deus feche seus olhos ao mal que temos cometido, mas porque Ele vê o sangue do Seu Filho. O sangue não é, então, primariamente "para nós" mas "para Deus". Se eu desejo conhecer o valor do sangue para mim, devo aceitar tudo aquilo que ele significa para Deus; se eu não conheço o valor que o sangue tem para Deus, não conhecerei nunca o valor que ele tem para mim. Somente quando o Espírito Santo tenha me revelado o preço que Deus atribui ao sangue de Cristo, penetrará em mim o benefício de sua virtude e compreenderei o seu precioso valor para mim. Mas o primeiro aspecto do sangue é para Deus. Na Antiga e na Nova Aliança, a palavra "sangue", usada em conexão com a ideia de expiação, é adotada mais de cem vezes, e é sempre apresentada como de grande valor diante de Deus.
Existe no calendário do Antigo Testamento um dia que se encontra em estreita relação com o argumento dos nossos pecados: é o Dia da Expiação. Nada explica este problema dos pecados tão bem quanto a descrição deste dia. No capítulo 16 de Levítico lemos que, no Dia da Expiação, o sangue era tomado das ofertas pelos pecados e levado no Lugar Santíssimo para ser aspergido sete vezes diante do Eterno. É necessário compreender isto muito claramente. Naquele dia, o sacrifício pelos pecados era oferecido publicamente no átrio do Tabernáculo. Tudo era feito abertamente e podia ser visto por todos. Mas o Senhor tinha ordenado severamente que ninguém entrasse no Tabernáculo, a exceção do Sumo Sacerdote. Ele só tomava o sangue depois de ter entrado no Lugar Santíssimo e realizava a aspersão diante do Senhor. Por quê? Porque ele era figura do Senhor Jesus em sua obra redentora: "Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção" (Hb 9:11-12). Assim sendo, ninguém senão o Sumo Sacerdote podia se aproximar e penetrar no Santuário. Além disso, ele entrava para cumprir um único gesto: apresentar a Deus o sangue como uma oferta aceitável, na qual Deus podia ter satisfação. Era uma transação entre o Sumo Sacerdote e Deus no segredo do Lugar Santíssimo, longe dos olhares dos homens que deviam resultar beneficiados. O Senhor o requeria assim. O sangue é, então, o primeiro lugar não "para nós", mas "para Ele". Já antes achamos descrita a efusão do sangue do cordeiro pascoal no Egito para o resgate de Israel. "E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo Eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando Eu ferir a terra do Egito" (Êx 12:13). Aquela é ainda, penso, uma das figuras mais clara da nossa redenção que possamos achar no Antigo Testamento. O sangue era colocado sobre as ombreiras e na verga das portas, enquanto o carne dos cordeiros era comido no interior das casas. E Deus disse: "vendo Eu sangue, passarei por cima de vós".
Temos aqui uma outra ilustração do fato que o sangue não deve ser apresentado ao homem, mas a Deus, porque o sangue era colocado no exterior da casa e aqueles que celebravam a festa no interior não podiam vê-lo.

Extraído do livro: A verdadeira vida Cristã

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