segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A PRESSÃO DA NECESSIDADE



Um irmão perguntou-me por que sua oração não tinha resposta. Respondi-lhe que era por não haver pressão. Quando perguntou por que a pressão era necessária, eu lhe disse que ela é necessária para que a oração tenha resposta. Na verdade, eu sempre faço esta pergunta aos irmãos: "Deus ouve sua oração?"
A resposta que geralmente recebo é esta: depois de orar três ou cinco vezes, o assunto é esquecido. Por que é esquecido? Porque esses que esquecem não sentem a pressão sobre si. Não é estranho que freqüentemente seja esse o caso? Se você esqueceu um assunto de oração, como pode culpar a Deus por não se lembrar? Naturalmente, Deus não lhe responderá se você meramente pronunciar algumas palavras de oração casualmente. Muitos oram como se estivessem escrevendo uma redação. Seria melhor que não orassem. A oração de muitos transgride o primeiro princípio da oração, que não é fé nem promessa, mas necessidade. Sem necessidade não há oração. Não é de se maravilhar que as pessoas não recebam resposta para suas orações. Para que Deus responda a oração de um crente, Ele lhe dará primeiro uma necessidade, dará ao crente alguma pressão a fim de que este sinta a necessidade. Então, o crente se volta a Deus pedindo uma resposta.
  Você pode não compreender por que Paulo,  em sua época, orou desta forma: "Porque eu mesmo poderia desejar ser maldito, separado de Cristo por amor aos meus irmãos, meus parentes segundo a carne" (Rm 9.3). Ele preferiria não ser salvo se os filhos de Israel não fossem salvos também. Tal palavra não é mera adoração da boca para fora tampouco uma mera explosão emocional. Ela advém de um profundo sentimento causado pela pressão da necessidade. Alguém pode imitar as palavras da oração de outro, mas a oração será ineficaz e sem utilidade porque não há pressão. Quem irá orar dizendo que, se Deus não lhe responder, ele não se levantará? Se alguém tem realmente esse sentimento e essa palavra dentro de si, sua oração será ouvida. Você também pode orar com essas palavras, mas o essencial é você sentir a pressão dentro de você.
Podemos, assim, entender por que algumas orações são respondidas e outras não. Por que Deus freqüentemente ouve orações por coisas grandes, enquanto não ouve orações por coisas pequenas? Por que Deus ouve nossas orações pelos nossos queridos, amigos ou cooperadores quando estão perigosamente doentes, mas não ouve imediatamente nossas orações quando temos dor de cabeça, resfriado ou alguns arranhões?
Já disse e vou repetir: qualquer oração que não nos move não pode mover a Deus. Isso está relacionado ao poder, e o poder é determinado pela pressão.
Por que Deus permite que muitas dificuldades, becos sem saída e fatos inevitáveis cheguem a nós? Por nenhuma outra razão a não ser chamar-nos a utilizar tal pressão e nos tornarmos poderosos na oração. Nosso fracasso está em não sabermos como fazer uso da pressão para transformá-la em poder.
Devemos saber que todas as pressões têm um propósito. Entretanto, não devemos esperar até que a pressão se torne excessivamente insuportável antes de orar. Devemos aprender a orar sem pressão como também com pressão. Se há pressão, utilizemos cada uma transformando-a em poder. Fazendo assim, reconheceremos que sempre que a pressão surgir Deus vai manifestar o poder de ressuscitar os mortos. Não existe poder maior do que o poder da ressurreição. E quando estivermos oprimidos além da esperança, experimentaremos o poder da Sua ressurreição fluindo de dentro de nós. Quantas vezes em sua vida suas orações foram respondidas? Sem dúvida, você deve ter tido suas orações respondidas pelo menos algumas vezes. Por que essas poucas orações foram respondidas? Não foi porque você sentiu a pressão e, por ser tão grande, você derramou seu coração diante de Deus? Talvez você nunca tivesse jejuado antes, mas, naquele dia particular, você nada pôde fazer a não ser jejuar. Você sentiu que estava sendo pressionado a ir diante de Deus e não mais considerava a oração uma carga; bem ao contrário, a oração para você se tornou, naquele dia, um meio para descarregar um encargo.

Extraído do livro: O poder da pressão.

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