quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Dois princípios para se viver — O Princípio da Vida ou o Pincípio do Certo e Errado - PARTE IV

O PADRÃO DE VIDA É MAIS ELEVADO QUE O MODELO DO BEM

Jovens, não devemos apenas evitar tudo que é mau, mas também tudo que é meramente bom. Os cristãos só podem fazer o que vem da vida. Podemos ver que há coisas más, coisas boas e coisas da vida. Não estamos dizendo que os cristãos devem tão-somente fazer coisas que sejam boas e coisas que sejam da vida. Antes, estamos dizendo que os cristãos não devem fazer coisas boas ou coisas más. Deus disse: “Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Note que “bem e mal” são postos juntos aqui como um caminho, enquanto “vida” é outro caminho. Os cristãos não devem apenas recusar o mal, devem mesmo recusar o bem. Existe um padrão que é mais elevado que o padrão do bem; é o padrão da vida.
Tenho falado acerca desse assunto com muitos irmãos jovens, mas gostaria de repetir minha história novamente hoje. Quando comecei a servir o Senhor no início, procurava evitar tudo que fosse mau e, deliberadamente, me punha a fazer tudo que era bom. Conforme o ponto de vista humano, eu parecia estar progredindo esplendidamente em evitar o mal e fazer o bem. Havia um problema, entretanto. Visto que eu estava querendo saber o que era certo e errado, eu queria ter clareza sobre o que era certo e o que era errado em cada assunto, antes de fazer qualquer coisa. Naquele tempo, eu tinha um cooperador que era dois anos mais velho que eu, e nós estávamos sempre discordando. As diferenças que surgiam entre nós não diziam respeito a nossos afazeres pessoais. Nossas discórdias eram acerca de questões públicas, e nossas disputas eram públicas também. Eu costumava dizer a mim mesmo: Isso é errado; se ele quiser fazer coisas dessa maneira, eu protestarei. Contudo, não importava quanto eu protestasse, ele nunca cedia. Sua única desculpa era que ele era dois anos mais velho que eu. Eu podia argumentar com qualquer outro motivo, mas não podia argumentar com o fato que ele era dois anos mais velho que eu. Eu não podia vencer esse argumento, todavia, interiormente, eu não concordava com ele. Contei essa história a uma irmã mais velha, que era rica espiritualmente, e pedi-lhe para arbitrar.  Ele estava certo ou eu estava certo? Ela não disse que ele estava certo nem disse que ele estava errado. Ela simplesmente me fitou com os olhos e disse: “Você deve fazer como ele diz”. Fiquei infeliz interiormente e pensei: “Se eu estou certo, diga-me; se eu estou errado, então diga-o. Por que você diz que devo fazer como ele diz?” Pedi-lhe para dar-me uma razão para sua resposta. Ela disse: “No Senhor, o mais jovem deve submeter-se ao mais velho.” “Mas”, eu retruquei: “No Senhor, se o mais jovem está certo e o mais velho errado, o mais jovem ainda deve se submeter?” Naquele tempo eu estava no curso secundário e não tinha aprendido nada acerca de disciplina, portanto dei livre curso à minha ira. Ela ainda sorriu e disse: “Seria melhor você fazer como ele diz.”
Uma vez, algumas pessoas estavam indo ser batizadas, e havia três de nós cuidando do assunto. Eu era o mais jovem, depois o irmão que era dois anos mais velho que eu, e, finalmente, havia o irmão Wu, que era sete anos mais velho que ele. Eu pensei: “Você é dois anos mais velho que eu, portanto eu tenho que me submeter a você em tudo. Ele é ainda mais velho. Vejamos se você se submeterá ou não.” Ficamos juntos para discutir essa questão, todavia ele recusou aceitar qualquer coisa do irmão Wu. Em todos os pontos, ele insistia em ter sua própria maneira. Finalmente, ele disse: “Simplesmente, deixe as coisas comigo; farei tudo sozinho.” Eu pensei: “Que tipo de lógica é essa? Você insiste para que eu sempre obedeça a você, pois você é meu superior, todavia você nunca precisa obedecer a seu superior.” Imediatamente, procurei essa irmã para perguntar-lhe sobre essa questão.  Fiquei aborrecido, pois ela não prestou atenção ao certo ou errado. Ela se levantou e perguntou: “Você não tem visto o que é a vida de Cristo? Há alguns meses, você tem vindo continuamente para dizer que você está certo e esse irmão está errado. Você não sabe o que é a cruz? Você está insistindo na retidão da questão, mas eu insisto na vida da cruz.” Eu tinha estado a insistir sobre o certo e errado. Não tinha visto a questão da vida, nem a cruz. Portanto, ela perguntou-me: “Você pensa que você está certo em fazer isso? Você pensa que você está certo ao dizer essas coisas? Você pensa que é certo para você dizer-me essas coisas? Todas elas estão certas conforme a razão, mas eu pergunto como você se sente interiormente. Qual é seu sentimento interior?” Pude apenas confessar que eu tinha estado certo conforme a razão, mas errado conforme a vida interior.
O padrão do viver cristão não apenas trata com coisas más, mas também com coisas boas e retas. Muitas questões estão certas conforme os padrões humanos, porém o padrão divino as declara erradas, pois elas carecem da vida divina. No dia ao qual eu me referi, eu vi essa luz pela primeira vez. Desde então, comecei a me perguntar se a vida que eu vivia diante de Deus era de acordo com o princípio da vida ou com o princípio daquilo que eu considerava certo e errado. Eu me perguntei: “Eu estou fazendo isso apenas porque é certo?” A chave para tudo é essa: Outros podem dizer que algo é certo. Nós também podemos dizer que é certo, contudo a vida do Senhor se levanta dentro de nós ou ela recua quando começamos a fazer algo? Quando começamos a fazer algo, sentimos a unção ou  nos sentimos deprimidos? Quando estamos fazendo essa coisa, temos um sentimento crescente que estamos na trilha certa, ou há algo nos dizendo que estamos fora do caminho? Por favor, lembrem-se de que a vida não faz decisões conforme padrões exteriores de certo e errado. As questões devem ser decididas conforme a percepção da vida de Deus ou a percepção da morte. Decisões devem ser feitas conforme a vida de Deus quando ela se levanta ou recua dentro de nós. Nenhum cristão deve dizer que pode fazer algo porque é bom ou certo. Devemos perguntar ao Senhor dentro de nós. Qual é o sentimento interior que o Senhor dá? Sentimo-nos alegres interiormente acerca desse assunto? Temos felicidade e paz espirituais? Essas são as questões que decidem nossa senda espiritual.

Quando eu estava visitando Honor Oak, havia outro irmão que também era um convidado ali. Ele tinha muitas críticas ao lugar. Ele tinha sido pastor e era um bom pregador, e sabia que Honor Oak tinha muito a oferecer espiritualmente. Não obstante, ele desaprovava muitas coisas. Quando nos encontrávamos, ele gostava de me contar quão melhor era seu lugar que Honor Oak. Durante os dois ou três meses que ficamos juntos, suas críticas excederam as de qualquer outra pessoa. Um dia, ele foi longe demais, portanto eu lhe perguntei: “Você diz que Honor Oak é ruim, por isso não seria melhor se você partisse? Por que você permanece aqui?” Ele respondeu, apontando para seu coração: “A razão jaz aqui; ele deseja ficar. Toda vez que eu arrumo minhas coisas para partir, minha paz de coração se vai. Uma vez eu até fui embora por duas semanas, mas tive que escrever e pedir para retornar.” Eu disse: “Irmão, você tem visto esses dois caminhos: o caminho da vida e o caminho daquilo que você considera ser certo ou errado?” Ele disse: “Alguns dias eu vou ao meu quarto para fazer minhas malas pelo menos umas três vezes. Mas cada vez que eu quero partir, há uma proibição interior. Interiormente, sinto que eles estão fazendo coisas erradas, mas também sinto que seria errado partir para mim.” Deus tinha lhe mostrado que caso ele pudesse receber ajuda espiritual ali, ele devia permanecer ali para encontrar Deus. Podemos ver que isso não é uma questão do que concebemos como certo ou errado. Deus usa Sua vida para controlar Seus filhos.    

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