quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O Ensinamento Do Corpo Diante Da Sua Realidade


Nos assuntos espirituais, o conhecer a doutrina sem ter consciência dela não serve de nada. Por exemplo, alguém pode dizer que o mentir é um pecado que não se deve cometer porque outros lhe têm dito que um cristão não deve mentir. O tema verdadeiro aqui não é se é certo ou errado mentir, mas trata-se de saber se aquele que mente tem consciência de que mentiu quando diz a mentira. Se ele não tiver consciência interior de que mentir é um pecado, então, por mais que confesse com a boca que mentir é um pecado, esta confissão não lhe será de nenhuma utilidade. Este alguém pode dizer, por uma parte, que a pessoa não deve mentir, porém, por outra parte, ele mesmo não cessa de mentir. O que é especial daqueles que têm a vida de Deus é que, quando mentem exteriormente, sentem-se mal interiormente - não porque saibam como doutrina que o mentir é errado, mas porque se sentem intranquilos interiormente quando mentem. Isto é o que realmente significa ser chamado cristão. O que caracteriza o cristão é o ter presente esta consciência da vida da qual estamos falando. Aquele que não tem vida e consciência interior não é cristão. As regras externas são meramente normas, não vida.

O ouvir os ensinamentos e o ver a realidade do Corpo de Cristo pertencem a duas esferas completamente diferentes. O ouvir os ensinamentos do Corpo não é mais que a compreensão exterior de um princípio, enquanto que o ver o Corpo de Cristo produz sua consciência no interior. Isto é semelhante à situação em que o mero escutar a doutrina da salvação dá à pessoa o conhecimento de como Deus salva os pecadores, contudo é a aceitação interior do Senhor Jesus como Salvador o que cria dentro da pessoa a consciência de Deus, assim como do pecado. Que grande diferença existe entre estas duas coisas! Por conseguinte, não devemos menosprezar este assunto da consciência da vida (no sentido de que se trata não tão somente de uma sensação exterior, mas também de um sentimento interior). Uma consciência como esta é que é a expressão da vida. A presença ou ausência desta consciência revela a realidade ou a falta de realidade que há no interior; e ilumina-nos acerca de se há ou não a vida de Cristo no interior.

A consciência da vida é algo distintivo que permite você saber algo espontâneamente, sem necessidade de ser informado. É demasiado tarde se você necessita que primeiro lhe informem algo, para só então você se dar conta de tal coisa.

O que aconteceria se cada cristão necessitasse ser informado sobre o que é o pecado e o que não se deve fazer? E, se acontecesse este caso, que seria se ninguém estivesse de acordo com você? O que aconteceria se você se esquecesse do que lhe foi dito? Oh, vemos que o cristão não atua conforme o que ouve dos demais, mas que é motivado pelo que está dentro dele. Dentro dele há uma vida - uma vida interior, uma consciência interior. Vem do resplandecer da luz de Deus; vem da vida no interior e não da informação exterior.


Quando nascemos de novo, recebemos uma vida muito real. Assim, que temos dentro de nós uma consciência muito real. A realidade de tal consciência mostra a realidade da vida divina. Pedimos a Deus que seja misericordioso conosco, e que sempre possamos tocar esta consciência da vida e habitar ali. Também pedimos a Deus que nos conceda uma consciência rica, de modo que possamos ter uma percepção sensível em todas as coisas; que nos demos conta de Deus, do pecado, do Corpo de Cristo, e de todas as realidades espirituais. Que Deus nos guie no caminho e glorifique Seu Próprio Nome!

Extraído do livro: O Corpo de Cristo, uma realidade

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