A IGREJA EM SARDES
APOCALIPSE 3 : 1- 6
Sardes quer dizer os remanescentes. A
igreja de Sardes é a reação de Deus a Tiatira. A história de reavivamento nas
igrejas pelo mundo todo indica uma reação divina. Sempre que o Senhor inicia
uma obra de reavivamento, Ele esta reagindo. A reação de Deus é a restauração
do homem. Devemos conservar em mente, com firmeza, este principio. Porque o
Senhor viu a condição de Tiatira, Sardes apareceu.
Em Apocalipse, várias igrejas estão aos pares. Sardes
está junto com Éfeso, Filadélfia está com Esmirna e Laodicéia com Pérgamo.
Apenas Tiatira permanece só. Em Sardes o Senhor diz que Seu nome é: “Aquele
que tem os sete espírito de Deus, e as sete estrelas”. A epístola a Éfeso
diz que a mão direita de Cristo segura sete estrelas, enquanto em Sardes Ele diz que tem
as sete estrelas. Éfeso é o enfraquecimento depois dos apóstolos, ou seja, a
mudança de algo bom para mau; Sardes é a restauração de Tiatira, ou seja, a
mudança de algo mau para bom. Ter obras, mas não amor é Éfeso; vivos no nome,
mas mortos na realidade é Sardes. Portanto, estas duas são um par. Aqui o
Senhor manifesta-se como Aquele que tem os sete Espíritos. Os sete Espírito de
Deus são envidados de Deus ao mundo para trabalhar, e isto se refere à obra de
vida. As sete estrelas em Éfeso refere-se ao mensageiro; aqui elas se referem à
iluminação. A obra de restauração é parte no Espírito e parte na luz.
Sardes é similar a Esmirna no que diz respeito a
representar um longo período na história, desde as igrejas reformadas até o
Senhor voltar. Embora Sardes não seja tão longa quanto Tiatira, ela se refere
não apenas à igreja durante a reforma, mas também á história da igreja após a
reforma.
“Conheço as tuas obras, que tens nome de que
vives; e estás morto. Sê vigilante, e consolida o resto que estava para morrer,
porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.
Lembra-te, pois de como tens recebido e ouvido, guarda-o, e arrepende-te,
portanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em
que hora virei contra ti”. Creio que ninguém duvidará que Martinho
Lutero foi um servo de Deus e que a Reforma foi obra de Deus. A reforma foi uma
grande obra e foi uma reação divina. Certamente o Senhor usou Lutero como porta
voz; ele foi um homem especialmente escolhido por Deus. Quando Lutero
principiou, era totalmente sardes. Seu propósito era unicamente restaurar. O
Senhor não disse que a obra de Lutero não era boa; mais apropriadamente, Ele
disse que não era perfeita. Era boa, mas não o suficiente. Aos olhos do Senhor,
Ele não encontrou nada perfeito: houve um começo, mas sem um final. O Senhor é
de perfeição; portanto, Ele exige perfeição. Por essa razão, devemos pedir ao
Senhor para ver.
Com Lutero, o problema da justificação foi
solucionado. A justificação é pela fé, e ter paz diante do Senhor é pela fé.
Lutero não somente nos mostrou a justificação pela fé, mas também nos legou a
bíblia aberta. Em Tiatira, a autoridade está nas mãos de Jezabel – em outras
palavras, nas mãos da igreja. A questão é o que a igreja diz, não o que o
Senhor diz. Tudo depende daquilo que a igreja-mãe diz; todas as pessoas da
igreja católica romana ouvem a igreja-mãe. Por isso, o Senhor diz que ele
matará seus filhos. Você diz “mãe”, mas o Senhor diz “filhos”. Lutero
mostra-nos o que o Senhor e a Bíblia dizem. Os homens podem ler a palavra de
Deus e ver por si mesmo o que Deus realmente diz, não o que Roma diz. Quando a
bíblia aberta chega, a igreja toda é iluminada.
Contudo, aqui surge um problema: o protestantismo não
nos deu uma igreja adequada. Como resultado, aonde quer que fossem a doutrina
da justificação pela fé e a bíblia aberta, uma igreja estatal era estabelecida.
A seita Luterana tornou-se a igreja
estatal em muitos países. Mais tarde, na Inglaterra, a Igreja Anglicana veio a
existir, a qual é também uma igreja estatal. Começando com Roma, a natureza da
igreja mudou. E na época da justificação pela fé e do retorno à bíblia aberta,
as igrejas protestantes ainda não tinham visto o que deveria ser a igreja.
Embora houvesse a justificação pela fé e a bíblia aberta, as igrejas
protestantes ainda seguiam o exemplo de Roma e não retornaram a igreja do
início. Durante a reforma, o problema da igreja não foi solucionado. Lutero não
reformou a igreja. O próprio Lutero disse que não deveríamos achar que “justificação
pela fé” fosse suficiente; há muito mais coisas a serem mudadas. Contudo, as
pessoas nas igrejas protestantes pararam exatamente aqui. Lutero não parou, mas
eles pararam e disseram que estava suficientemente bom. Embora tivessem voltado
à fé do inicio, a própria igreja permaneceu sem mudanças. Outrora era igreja
internacional de Roma; agora ela mudou para igreja estatal da Inglaterra, ou
igreja estatal da Alemanha – isso é tudo.
Extraído do Livro: A Ortodoxia da Igreja
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