terça-feira, 19 de agosto de 2014

A MENTE QUE SE OCULTA POR TRÁS DO SISTEMA

Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre (1 João 2: 15-17).


Política, educação, literatura, ciência, arte, lei, comércio, música – são estas coisas que constituem o kosmos, e estas são coisas que encontramos diariamente. Se as subtrairmos, o mundo como um sistema coerente deixará de existir. Estudando a história da humanidade, temos que reconhecer marcante progresso em cada uma dessas áreas. Contudo a questão é: em que direção está seguindo esse progresso? Qual é o objetivo final de todo esse desenvolvimento? No final, conta-nos João, o anti­cristo se levantará e estabelecerá o seu próprio reino neste mundo (1 João 2:18, 22; 4:3; 2 João 7; Ap. 13). Essa é a direção do progresso do mundo. Satanás está utilizando o mundo material, os homens do mundo, as coisas que estão no mundo, para finalmente liderar tudo no reino do anticristo. Naquela ocasião o sistema mundial terá alcançado seu apogeu; e naquela ocasião cada uma de suas unidades será revelada como sendo anticristã.
No livro de Gênesis, não encontramos no Éden qual­quer alusão à tecnologia, qualquer menção a instrumentos mecânicos. Após a queda, contudo, lemos que entre os filhos de Caim havia um artífice de instrumentos cortantes de ferro e bronze. Alguns séculos atrás pode ter parecido fantástico discernir o espírito do anticristo em ferramentas de ferro, ainda que há muito tempo a espada tem estado em competição aberta com o arado. Porém hoje, nas mãos do homem, os metais têm sido empregados para finalidades sinistras e mortais, e à medida que o final se aproxima, o abuso difundido da tecnologia e engenharia tornar-se-á ainda mais evidente.
O mesmo se aplica à música e às artes. Pois a flauta e a harpa parecem ter-se originado com a família de Caim, e hoje em mãos não consagradas, sua natureza desafiadora à Deus torna-se mais e mais clara. Em muitas partes do mundo, já há muito tempo pode-se relacionar facilmente um entrosamento íntimo entre a idolatria e as artes de pintura, escultura e música. Não há dúvida de que está chegando o dia em que a natureza do anticristo será revelada mais abertamente do que nunca, através da can­ção, dança e artes visuais e dramáticas.
Quanto ao comércio, suas ligações talvez sejam ain­da mais suspeitas. Satanás foi o primeiro mercador, negociando idéias com Eva para seu próprio lucro, e na lin­guagem figurativa de Ezequiel 28, que parece revelar algo do caráter original de Satanás, lemos: "Pelo teu comércio aumentaste as tuas riquezas; e por causa delas se eleva o teu coração" (vs. 5). Talvez isto não precise ser debatido, pois muitos de nós prontamente admitimos por experiência própria a origem e natureza satânica do comércio. 
E quanto à educação? Certamente, protestamos, essa deve ser inofensiva. De qualquer forma, nossos filhos precisam ser ensinados. Porém a educação, não menos do que o comércio e a tecnologia são coisas do mundo. Têm suas raízes na árvore do conhecimento. Com que sinceridade nós, como cristãos, procuramos proteger nossos filhos das ciladas mais óbvias do mundo. E contudo, é absolutamente verdadeiro que temos que proporcionar-lhes educação. Como vamos resolver o problema de deixá-los entrar em contato com o que é essencialmente uma coisa do mundo, e ao mesmo tempo guardá-los do grande sistema mundial e seus perigos?
E quanto à ciência? Ela, também, é uma das unidades que constituem o kosmos. Ela, também, é conheci­mento. Quando nos aventuramos pelos limites do alcance da ciência, e começamos a especular sobre a essência do mundo físico – e do homem – surge imediatamente a pergunta: até que ponto é legítimo o objetivo da pesquisa e descoberta científica? Onde está a linha de demarcação entre o que é útil e o que é prejudicial no campo do conhecimento? Como podemos nós prosseguir em busca do conhecimento e contudo evitar ser apanhados nas malhas de Satanás?
Estes, então, são os assuntos que devemos analisar. Sei que para alguns parecerá que estou exagerando as coisas, porém isso é necessário para alcançar minha meta. Pois “se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele" (1 João 2:15). Enfim, quando tocamos as coisas do mundo, a pergunta que sempre devemos fazer a nós mes­mos é: "Como isto afetará meu relacionamento com o Pai?”
Passou o tempo em que precisávamos ir para o mundo para ter contato com ele. Hoje o mundo vem à nossa procura. Agora existe uma força circulando, a qual está cativando os homens. Jovem, você alguma vez já sentiu o poder do mundo tanto quanto hoje em dia? Já ouviu tantas conversas sobre dinheiro? Já pensou tanto sobre alimento e vestuário? Onde quer que vá, até mesmo entre cristãos, as coisas do mundo são os tópicos da conversa. O mundo avançou até a própria porta da Igreja, e está procurando atrair até mesmo os santos de Deus para o seu domínio. Jamais nessa esfera de coisas necessitamos tanto de conhecer o poder da cruz de Cristo para livrar-nos, como necessitamos na presente época.
Outrora falávamos muito do pecado e da vida natu­ral. Podíamos facilmente ver neles as consequências espirituais, porém pouco percebíamos então que consequên­cias espirituais igualmente importantes estão em jogo quando tocamos o mundo. Há uma força espiritual por trás desse cenário mundial, a qual, através das "coisas que estão no mundo", está procurando enredar os homens em seu sistema. Portanto não é somente contra o pecado que os santos de Deus precisam estar alertas, mas contra o dominador deste mundo. Deus está edificando a sua Igreja para ter seu apogeu no reino universal de Cristo. Simultaneamente, Seu rival está construindo este sistema mundial para seu fútil clímax no reino do anticristo. Como precisamos ser vigilantes para que em tempo algum, sejamos encontrados ajudando Satanás na construção desse malfadado reino. Quando estamos perante alternativas e uma escolha de caminhos se nos oferece, a pergunta não é: isto é bom ou mau? Isto é útil ou prejudicial? Não, a pergunta que devemos fazer a nós mesmos é: isto é deste mundo, ou de Deus? Pois uma vez que o único conflito existente no universo é esse, então sempre que dois caminhos contrastantes se abrirem à nossa frente, a escolha em questão é nada menos que: Deus... ou Satanás?

Extraído do livro: Não ameis o mundo

Um comentário:

  1. Se nosso alvo é viver com Cristo, devemos ignorar este mundo material e manjar satânico!

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