A IGREJA EM FILADÉLFIA [Parte I]
Ap
3:7-13; Mt 23:8-11; Jo20:27; 1Co 12:13; Gl 2:28
Entre as sete igrejas, cinco são repreendidas e duas
não. As duas não repreendidas são Esmirna e Filadélfia. O Senhor aprova somente
essas duas. É realmente notório que as palavras faladas pelo Senhor a
Filadélfia são muito parecidas com as que foram faladas a Esmirna. O problema
de Esmirna era o judaísmo, e em Filadélfia também havia o judaísmo. À igreja em
Esmirna o Senhor diz: “Para serdes posto à prova”, enquanto para a igreja em
Filadélfia o Senhor diz: “Eu te guardarei da hora da provação que há de vir
sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”. O
Senhor também fala às duas igrejas com relação à coroa. Para Esmirna, Ele diz:
“Dar-te-ei a coroa da vida”, enquanto para Filadélfia, Ele diz: “Conserva o que
tens, para que ninguém tome a tua coroa”. As duas igrejas têm estes dois pontos
semelhantes para mostrar que elas estão na mesma linha, isto é, na linha da
ortodoxia da igreja apostólica. A igreja em Sardes foi uma restauração, mas não
completa – foi uma restauração que não foi bem feita. Mas, Filadélfia restaurou
até o ponto de satisfazer o desejo do Senhor. A igreja em Filadélfia não só não
é censurada como também é louvada. A linha reta que desenhamos é a linha dos
escolhidos. Sabemos, evidentemente, que
aqueles que o Senhor escolheu foi Filadélfia. Filadélfia continua a ortodoxia
dos apóstolos. Ela recuperou Esmirna. Portanto, as palavras do Senhor a ela são
para guardar e obedecer. A virada de Pérgamo e Tiatira foi tão grande que
quando Sardes apareceu, embora agisse extraordinariamente bem, não recobrou a
perfeição. Embora se voltasse em direção à restauração, ela não conseguiu
atingir o alvo. Filadélfia é uma restauração completa. Precisamos ver isso
claramente.
Filadélfia, em grego, é composta de duas palavras. O
significado de uma é amar um ao outro, e o significado da outra é irmão, assim,
Filadélfia significa amor fraternal. Amor fraternal é a profecia do Senhor.
Sacrifício é a característica principal de Tiatira e é cumprido na Igreja
Católica Romana. Restauração é a característica de Sardes e é cumprida nas
igrejas protestantes. Agora, o Senhor diz-nos que há uma que está completamente
restaurada e é por Ele louvada. Os que leem a Bíblia levantarão a questão:
“Quem é ela na atualidade? Onde podemos encontrá-la na história”? Não deixemos
essa questão passar facilmente.
Já falamos do comportamento dos nicolaítas e do ensinamento dos nicolaítas nas igrejas em Éfeso e em Pérgamo. Além disso, já mostramos que eles representam uma casta de sacerdotes. Entre os israelitas, os levitas podem ser os sacerdotes e o restante não pode. Mas na igreja todos os filhos de Deus são sacerdotes. A primeira Epístola de Pedro 2 e Apocalipse 5 nos dizem claramente que todos os comprados com o sangue são sacerdotes (vs. 9, 10). Todavia, os nicolaítas criam o emprego de sacerdote. O laicato (crente comum) deve ir ao mundo ter uma ocupação e executar negócios seculares. Os sacerdotes estão acima do laicato e encarregam-se dos negócios espirituais. Os judeus têm o judaísmo, e os nicolaítas desenvolveram o comportamento, tornando-o ensinamento. Veja a classe dos padres. Eles podem encarregar-se dos assuntos espirituais, enquanto os outros cuidam de assuntos seculares. A imposição de mãos é assunto deles; somente eles podem abençoar. Se tiver de indagar sobre certo assunto eu mesmo não posso perguntar a Deus, antes devo pedir-lhes que perguntem a Deus por mim. Na época de Sardes a situação melhorou. O sistema de padres foi abolido, mas o sistema clerical surgiu para tomar o seu lugar. Nas igrejas protestantes, há as rigorosíssimas igrejas estatais, e há também as igrejas privadas, a existência da classe mediadora é sempre vista. A primeira tem o sistema clerical, enquanto a ultima tem o sistema pastoral. Em relação a esse sistema de classe sacerdotal, quer sejam chamado de padres, de clérigos ou de pastores, é algo rejeitado pelo Senhor. As igrejas protestantes são uma mudança de forma na continuação do ensinamento nicolaíta de Pérgamo. Embora nas igrejas protestantes ninguém seja chamado de padre, todavia os clérigos e os pastores são exatamente iguais em principio. Mesmo se mudarmos o nome deles e chamá-los obreiros, enquanto permanecerem na mesma posição, eles têm o mesmo sabor.
Já expusemos bastante a escritura base para mostrar que todos somos sacerdotes. Mas, agora, há uma controvérsia entre Deus e os homens. Desde que Deus diga que cada um na igreja está qualificado para ser sacerdote, por que os homens dizem que a autoridade espiritual está unicamente nas mãos de uma classe mediadora, tal como a dos padres? Todos os redimidos com o sangue precioso são sacerdotes. Por que o Senhor não repreendeu Filadélfia, mas antes louvou-a? Lembre-se de que o inicio da classe mediadora foi em Pérgamo e a pratica foi em Roma. Eles têm o papa que exerce domínio sobre eles, têm os altos oficiais exercendo autoridade sobre eles, e têm altos oficiais do Vaticano (a igreja – palácio) etc. Mas o Senhor diz: “Vós todos sois irmãos”. Apeguem-se a Mateus 20:25; 23:8. É verdade que na bíblia há pastores, mas a bíblia não tem o sistema de pastores. Além disso, a palavra pastor é uma tradução; no texto original significa guardador de gado. Você pode chamá-lo de guardador de ovelhas ou guardador de gado. O Senhor diz: “Vocês não devem ter mestres entre vocês, e não devem ter padres”. Mas vejam como a igreja Católica romana chama os padres de “padre”, e as igrejas protestantes chamam os pastores de “pastor”. No século dezenove, realizou-se um grande avivamento que aboliu a classe mediadora. Após Sardes, uma grande restauração aconteceu: na igreja, os irmãos amavam um ao outro e a classe mediadora foi abolida. Esta é Filadélfia.
Extraído do livro: A ortodoxia da Igreja
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