sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Como foi efetuada a obra de Deus em tornar Seu Filho unigênito em primogênito?

O processo é explicado em João 12:24: "Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto". Esse grão era o Senhor Jesus, o único que Deus tinha no universo; não tinha segundo grão. Deus colocou esse único grão na terra, onde morreu e, na ressurreição, o grão unigênito transformou-se em grão primogênito, porque dEle se derivaram muitos grãos.

Em relação à Sua divindade, o Senhor Jesus permanece único como "unigênito Filho de Deus". Sob um aspecto, Ele também é o primogênito do momento da ressurreição em diante e por toda a eternidade e, a partir daquele momento, Sua vida se acha em muitos irmãos. Assim, nós, que somos nascidos do Espírito, somos feitos "co-participantes da natureza divina" (2 Pe 1:4), não por nós mesmos, e sim em dependência de Deus e por estarmos "em Cristo". Recebemos "o espírito de filiação, no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8:15,16). Foi por meio da encarnação e da cruz que o Senhor Jesus tornou isso possível. É nisso que se satisfez o coração paterno de Deus, porque, pela obediência do Filho até a morte, pôde ter Seus muitos filhos.

O primeiro e o vigésimo capítulo de João são muito preciosos a esse respeito. No princípio do seu Evangelho, João nos diz que Jesus era o "unigênito Filho do Pai". No fim do Evangelho, lemos que o Senhor Jesus, depois de ter morrido e ressuscitado, disse a Maria Madalena: "Vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus" (Jo 20:17). Até aqui, nesse Evangelho, o Senhor falou muitas vezes de "o Pai" ou de "meu Pai". Agora, na ressurreição, acrescenta: "E vosso Pai". É o Filho mais velho, o primogênito, que fala. Por Sua morte e ressurreição, muitos irmãos foram trazidos para a família de Deus e, portanto, no mesmo versículo, Ele os chama de "meus irmãos". Ao chamá-los assim, Ele afirma que "não se envergonha de lhes chamar irmãos" (Hb 2:11).


Extraído do livro A vida cristã normal

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