A IGREJA EM FILADÉLFIA [Parte IV]
Ap 3:7-13; Mt 23:8-11; Jo20:27; 1Co 12:13; Gl 2:28
“Conheço as tuas obras (...) que tens pouca força”. Quando chegamos neste ponto, nossos pensamentos espontaneamente retornam ao tempo da volta de Zorababel, sobre quem certo profeta disse: “Pois quem despreza o dia dos humildes começos” (Zc 4:10). Não despreze o dia das pequenas coisas, isto é, o dia da edificação do templo. Nas escrituras há uma grande prefiguração da igreja – a do templo. Quando Davi reinava, o povo de Deus era unido. Mais tarde, eles se dividiram em reino de Judá e reino de Israel. Os filhos de Deus começaram a dividir-se e, ao mesmo tempo, começaram a idolatria e a prostituição. Como resultado, foram capturados e levados para a Babilônia. Todos reconhecem que o cativeiro na Babilônia tipifica Tiatira, a igreja católica romana. Desde que a bíblia faz da Babilônia um símbolo de Roma, então também a igreja tem um cativeiro babilônico. Que fez o povo de Deus quando retornou do seu cativeiro? Eles voltaram debilmente, grupo por grupo, e edificaram o templo. Parece que eles tipificaram o movimento dos irmãos (ver parte II). Havia muitos judeus, os mais velhos, que viram o templo antigo; agora eles viam com os próprios olhos o estabelecimento do fundamento do templo e choravam em alta voz, porque o templo era inferior em glória se comparado com aquele do tempo de Salomão. Contudo, Deus falou por intermédio do profeta menor, dizendo? “Não despreze o dia das pequenas coisas, porque este é o dia da restauração”. Aqui, o Senhor diz as mesmas palavras: “tens pouca força”. O testemunho da igreja hoje no mundo, comparado com os dias de Pentecoste, é realmente o dia das pequenas coisas.
“Guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome”. O Senhor os reconhece por duas coisas: não negar o nome do Senhor e não negar a Sua palavra. O Senhor diz: “Não negaste o meu nome”. Desde 1825, os irmãos diziam que somente seriam chamados de cristãos. Se alguém lhes perguntasse quem eram eles, eles diriam: Eu sou cristão”. Mas se alguém perguntar a um membro da igreja metodista, ele dirá: eu sou um metodista; se encontrar alguém da igreja dos amigos, ele dirá: eu pertenço a igreja dos amigos; alguém da igreja luterana dirá: eu sou luterano; alguém da igreja batista dirá: eu sou batista. Além de Cristo, os homens ainda usam muitos nomes pelos quais se autodenominam a si mesmos. Mas os filhos de Deus têm um único nome pelo qual chamam a si mesmo. O Senhor Jesus diz: “Orai em Meu nome” e “Reunidos em Meu nome”. Temos somente o nome do Senhor. Whitefield disse: “Seja todos os outros nomes abandonados; seja somente o nome de Cristo exaltado”.
Certa vez encontrei um crente num trem, que me perguntou que tipo de cristão eu sou. Respondi-lhe que sou apenas um cristão. Ele disse: “Não há tal cristão no mundo. Dizer que você é um cristão não significa nada; você tem de dizer que tipo de cristão você é. Isso é que faz sentido”. Repliquei-lhe: “Eu sou simplesmente um homem que é cristão. Você diz que um homem ser cristão não significa nada? Que tipo de cristão você diria que faz sentido ser? Quanto a mim, só posso ser um cristão – nada mais”. Naquele dia tivemos uma conversa muito boa.
Devemos observar uma coisa: o pensamento fundamental de muitas pessoas é que o nome do Senhor não é suficiente. Muitos pensam que precisam do nome de uma denominação; eles acham que devem ter outro nome além do nome do Senhor. Não considere que nossa atitude em relação a isso seja exagerada demais. Aqui o Senhor diz: “Não negaste o meu nome”. Se o meu sentimento está correto, todos os outros nomes são uma vergonha para Ele. Esta palavra “negaste” é a mesma palavra usada para referir-se à negação de Pedro ao Senhor. Que tipo de cristão sou eu? Eu sou um cristão. Não quero ser chamado por outro nome. Muitos não querem honrar o nome de Cristo e não estão dispostos a serem chamados apenas de cristãos.
Extraído do livro: A ortodoxia da Igreja
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