segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A condição do homem por natureza


Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos (Rm 5:19).



O Espírito de Deus procura aqui nos mostrar, em primeiro lugar, o que somos, e depois como chegamos a ser o que somos. No começo da nossa vida cristã, ficamos preocupados com o que fazemos, e não com o que somos; sentimo-nos mais tristes pelo que temos feito, do que pelo que somos. Pensamos que, se pudéssemos retificar certas coi­sas, seríamos bons cristãos, e então, procuramos modifi­car as nossas ações. Os resultados, porém, não são o que esperávamos. Descobrimos, com grande espanto, que se trata de algo mais do que apenas certas dificuldades ex­ternas — que realmente há no íntimo um problema mais sério. Procuramos agradar ao Senhor, descobrimos, po­rém, que há algo dentro de nós que não deseja agradar-Lhe. Procuramos ser humildes, mas há algo em nosso próprio-eu que se recusa a ser humilde. Procuramos de­monstrar afeto, mas não sentimos ternura no íntimo. Sorrimos e procuramos parecer muito amáveis, mas no íntimo sentimos absoluta falta de amabilidade. Quanto mais procuramos corrigir as coisas na parte exterior, tanto melhor entendemos quão profundamente se arrai­gou o problema na parte interior. Então, chegamo-nos ao Senhor, dizendo: "Senhor, agora compreendo! Não é só o que tenho feito que está errado! Eu estou errado".

A conclusão de Romanos 5.19 começa a se tornar clara para nós. Somos pecadores. Somos membros de uma raça que é, constitucionalmente, diferente do que Deus intencionou que fosse. Por causa da queda, houve fundamental transformação no caráter de Adão, em virtude do que se tornou pecador, constitucionalmente incapaz de agradar a Deus e a semelhança familiar que todos nós temos com ele não é meramente superficial — expressa-se também no nosso caráter interior. Como aconteceu isto? "Pela desobediência de um", diz Paulo.

A nossa vida vem de Adão. Onde estaria você agora, se o seu bisavô tivesse morrido com três anos de idade? Teria morrido nele! A sua experiência está unida à dele. A experiência de cada um de nós está unida à de Adão da mesmíssima forma. Potencialmente, todos nós estáva­mos no Éden quando Adão se rendeu às palavras da ser­pente. Todos estamos envolvidos no pecado de Adão e, sendo nascidos "em Adão", recebemos dele tudo aquilo em que ele se tornou, como resultado do seu pecado — quer dizer, a natureza de Adão, que é a natureza do pe­cador. Derivamos dele a nossa existência, e, porque sua vida se tornou pecaminosa, e pecaminosa a sua natureza, a natureza que dele derivamos também é pecaminosa. De modo que o problema está na nossa hereditariedade e não no nosso procedimento. A menos que possamos mo­dificar o nosso parentesco, não há livramento para nós.


Mas é precisamente neste ponto que encontraremos a solução do nosso problema, porque foi exatamente assim que Deus encarou a situação.

Extraído do livro A vida cristã normal

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