domingo, 26 de janeiro de 2020

A Morte e a Ressurreição de Cristo são representativas e inclusivas


"Pois assim está escrito: o primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, e sim natural; depois, o espiritual. O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu" (1 Coríntios 15:45-47)

Quando o Senhor Jesus morreu na Cruz, derramou o Seu Sangue, dando assim a Sua vida, isenta de pecado, para expiar os nossos pecados e assim satisfez a justiça e a santidade de Deus. Tal ato constitui prerrogativa exclusiva do Filho de Deus. Nenhum homem poderia participar dele. A Escritura nunca diz que nós derramamos o nosso sangue juntamente com Cristo. Na Sua obra expiatória, perante Deus, Ele agiu sozinho. Ninguém poderia participar dele com Ele. O Senhor, no entanto, não morreu apenas para derramar o Seu sangue: morreu para que nós pudéssemos morrer. Morreu como nosso Representante. Na Sua morte Ele incluiu a você e a mim.

Frequentemente usamos os termos "substituição" e "identificação" para descrever estes dois aspectos da mor­te de Cristo. A palavra "identificação" muitas vezes é boa; pode, porém, sugerir que a experiência começa do nosso lado: que sou eu que procuro identificar-me com o Senhor. Concordo que a palavra é verdadeira, mas deve ser empregada mais tarde. É melhor começar com a verdade de que o Senhor me incluiu na Sua morte. É a morte "inclusiva" do Senhor que me habilita a me identificar com Ele,ao invés de ser eu quem me identifico com Ele a fim de ser incluído. E aquilo que Deus fez, incluindo-me em Cristo, que importa. É por isso que as duas palavras "em Cristo" me são sempre tão queridas ao coração.

A morte do Senhor Jesus é inclusiva e Sua ressurreição igualmente. Examinando o primeiro capítulo de I Coríntios, estabelecemos que estamos "em Cristo", e agora, mais pelo fim da Carta, veremos algo mais sobre o significado disto. Em I Co 15.45-47, atribuem-se ao Se­nhor Jesus dois títulos notáveis. É chamado "o último Adão" e, igualmente, "o segundo Homem". A Escritura não se Lhe refere como o segundo Adão e sim, como o "último Adão", nem se Lhe refere como o último Homem, e sim, como "o segundo Homem". Note-se esta diferença, que encerra uma verdade de grande valor.

Como o último Adão, Cristo é a soma total da humanidade; como o segundo Homem, Ele é a Cabeça de uma nova raça. De modo que temos aqui duas uniões, referin­do-se uma à Sua morte e outra à Sua ressurreição. Em primeiro lugar, a Sua união com a raça, como "o último Adão", começou, historicamente, em Belém, e terminou na Cruz e no sepulcro. E ali reuniu em Si mesmo tudo o que era de Adão, levando-o ao julgamento e à morte. Em segundo lugar, a nossa união com Ele, como "o segundo Homem", começa com a ressurreição e termina na eternidade, ou seja, nunca, pois, tendo acabado por meio da Sua morte com o primeiro homem em quem se frustrara o propósito de Deus, ressuscitou como o Cabeça de uma nova raça de homens, em que será plenamente realizado aquele propósito.

Quando, portanto, o Senhor Jesus foi crucificado, foi no Seu caráter de último Adão, reunindo em Si e anulando tudo o que era do primeiro Adão. Como o último Adão, pôs termo à velha raça - como o segundo Homem, inicia a nova raça. É na ressurreição que Se apresenta como o segundo Homem, e nesta posição nós também estamos incluídos. "Porque se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição" (Rm 6.5). Morremos nEle, como o último Adão; vivemos nEle, como o segundo Homem. A Cruz é, pois, o poder de Deus que nos transfere de Adão para Cristo.

Extraído do livro: A vida cristã normal

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