Tendo entrado no pensamento de
Deus e assim apropriado de Sua vontade e propósito, Daniel encontrou em seu
coração os mesmos desejos de Deus. O anelo de Deus foi reproduzido em Daniel e
se transformou em seu desejo (Dn 10:1-3). De modo que, ao expressar este desejo
em oração com gritos e gemidos, na verdade estava articulando o desejo de Deus.
Precisamos deste tipo de oração, porque ela realmente toca o coração divino (Dn
10:4-21). Não mais precisamos de palavras; o que necessitamos é tocar mais a
mente do Senhor. Que o Espírito de Deus nos faça penetrar nos planos do coração
de Deus.
É claro que leva tempo para
aprender este tipo de oração. No começo de tal aprendizagem não procuremos mais
palavras nem mais pensamentos. Nosso espírito deve estar calmo e em repouso.
Podemos levar nosso estado atual ao Senhor e examiná-lo à luz de Sua presença,
ou podemos nos esquecer de nosso estado e simplesmente meditar em Sua palavra
perante Ele. Ou podemos simplesmente viver perante Ele e tentar tocá-Lo com
nosso espírito. De fato, não somos nós que saímos para encontrar a Deus; é Deus
que espera por nós. E na presença dEle percebemos alguma coisa e tocamos a Sua vontade.
A maior sabedoria vem, de fato, desta fonte. Assim, nossa vontade entra em Sua vontade
e nosso pensamento entra em Seu coração. E daí nossa oração subirá a Ele.
Ao trazermos a Deus nossa
vontade e pensamento Sua própria vontade e pensamento começam a ser
reproduzidos em nós, e então isto se torna nossa vontade e pensamento. Este
tipo de oração é muitíssimo valioso e de grande peso. Lembremo-nos do que o
Senhor Jesus disse acerca da oração: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso
que estás nos céus, santificado seja o Teu Nome; venha o Teu reino, faça-se a Tua
vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6:9, 10). Estas palavras não são
simplesmente para repetirmos. Sendo reveladoras da vontade e do pensamento de
Deus, devem ser reproduzidas em nós quando o Espírito de Deus leva nossa mente
para Deus. E à medida que se tornam nossa vontade e pensamento, a oração que
então proferimos é valiosíssima e de muita autoridade.
Extraído do livro: Oremos
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