sábado, 6 de fevereiro de 2016

O QUE A SUA MORTE E RESSURREIÇÃO REPRESENTAM E ABRANGEM


O Senhor Jesus, quando morreu na Cruz, verteu seu sangue; doava assim a sua vida sem pecado para expiar os nossos pecados e satisfazer a justiça e santidade de Deus. somente o Filho de Deus podia cumprir esta obra. Nenhum homem pode ter parte nela. As Escrituras nunca tem falado que nós tenhamos vertido o nosso sangue com Cristo. Em sua obra expiatória diante de Deus, foi sozinho; mais ninguém poderia participar. Mas o Senhor não morreu somente para verter o seu sangue; Ele morreu para que nós pudéssemos morrer. Ele morreu como o nosso representante. Em sua morte, Ele abraça todos nós, vocês e eu.
Adotamos amiúde os termos "justificação" e "identificação" para descrever estes dois aspectos da morte de Cristo.
Na maior parte dos casos, a palavra "identificação" é exata. Mas "identificação" poderia fazer pensar que a iniciativa seja nossa: que seja eu que me esforço em identificar-me com o Senhor. Reconheço que o termo é apropriado, mas deveria ser adotado mais além. É melhor começar pelo fato que o Senhor me incluiu em sua morte. É a morte inclusiva do Senhor o que me dá o modo de me identificar; não sou eu que me identifico por ser incluído em sua morte. O que importa é que Deus tem me incluído em Cristo. Isto é uma coisa que Deus realizou. Por esta razão, aquelas duas palavras do Novo Testamento, "em Cristo", são sempre tão preciosas ao meu coração. A morte do Senhor Jesus nos abraça, nos liga. A ressurreição do Senhor Jesus é igualmente inclusiva. Nós paramos no primeiro capítulo da primeira epístola aos Coríntios, para estabelecer o fato de que estamos "em Jesus Cristo". Agora iremos até o fim dessa mesma epístola, para ver mais profundamente o que significa isto. Em 1 Coríntios 15:45-47, dois nomes ou títulos são adotados para indicar o Senhor Jesus. Ele é chamado "o último Adão" e ainda "o segundo homem". As Escrituras não falam dEle como do segundo Adão, mas como "o último Adão"; elas não falam nunca dEle como do último homem, mas como "o segundo homem". É preciso sublinhar esta distinção, porque ela confirma uma cada de grande valore. Como último Adão, Cristo abrange em si toda a humanidade; como segundo homem se converte na cabeça de uma nova raça. Achamos aqui, então, uma dupla união, uma relativa à sua morte e a outra à sua ressurreição. Em primeiro lugar, a sua união com a raça como "o último Adão" iniciou-se historicamente em Belém para terminar na Cruz e no túmulo. Por ela Ele recolheu em si mesmo tudo o que havia em Adão para levá-lo a juízo e à morte. Em segundo lugar, a nossa união com Ele como "segundo homem" inicia da ressurreição para terminar na eternidade —ou seja, para não acabar nunca—, porque tendo em sua morte deixado de lado o primeiro homem, no qual o desígnio de Deus não se cumpriu, Ele ressurgiu como Cabeça de uma nova raça de homens, na qual aquele desígnio será finalmente plenamente realizado. Assim, quando o Senhor Jesus foi crucificado na Cruz, o foi como o último Adão. Tudo o que estava no primeiro Adão foi recolhido e destruído com Ele. Também nós. Como último Adão, Ele cancelou a velha raça; e como segundo homem, introduziu a nova raça. Em sua ressurreição Ele avança como o segundo homem, e também aqui nós estamos compreendidos. "Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição" (Rm 6:5).
Nós morremos nEle quando era o último Adão; vivemos nEle agora que é o segundo homem. A Cruz é assim o poder de Deus que nos faz passar de Adão a Cristo.


Extraído do livro: A verdadeira vida cristã


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